Marizete Lemes da Silva Matiello

Giovana Iris Voelz

Ana Paula Dal Santo

Ana Paula Tomasi

Fábio Luiz Guimarães de Quadros Bé

Alexandre Paulo Loro

Vanuza Janete Moura dos Santos

A educação é dialética, está continuamente em movimento, seguindo a metamorfose social e, para tanto, busca por inovações pedagógicas que visem a oferta de um ambiente propício para o processo de ensino e aprendizagem. Logo, é necessário que a comunidade escolar esteja aberta para acompanhar as transformações sociais até porque, atualmente, o processo de escolarização tem início ainda na fase infantil, na qual bebês e crianças participam de vivências socioculturais que contribuem ao seu desenvolvimento cognitivo e socioemocional.

A educação escolar possibilita aos estudantes acesso a conhecimentos, ciências, lugares e saberes, os quais organizam-se por meio de currículos, cada qual elaborado e reelaborado conforme a necessidade e interesses de cada época e contexto. Nesse sentido, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Currículo Base do Território Catarinense (CBTC) constituem-se como currículos para a Educação Básica, inclusive para a Educação Física, componente curricular de oferta obrigatória no ensino fundamental, integrante da Área de Linguagens.

No Ensino Fundamental, a Educação Física dá continuidade ao processo formativo iniciado na Educação Infantil, especialmente no campo de experiências “Corpo, Gesto e Movimento”, pelo qual contribui para a constituição das identidades, auxiliando também na edificação dos saberes sobre a diversidade das capacidades expressivas, como foco na linguagem corporal.

A Educação Física trata-se de um componente que tem como objeto de estudo o movimento humano. O corpo, ao se movimentar, expressa ideias, sentimentos, valores e emoções traduzidos em posturas, gestos, com sentidos e significados. Nessa direção, a Educação Física na escola é responsável por tematizar as práticas corporais em suas diversas formas de codificação e significação social e cultural, não se limitando na exploração de um espaço e tempo específicos, buscando a valorização da produção de conhecimento historicamente construído por diversos grupos sociais.

A partir da pluralidade e ao mesmo tempo singularidade dos saberes relativos às práticas corporais, busca assegurar aos estudantes a possibilidade de conhecer, construir e reconstruir conhecimentos, proporcionando uma base educacional para ampliação da consciência em relação ao movimento do seu próprio corpo; aquisição e domínio de recursos para o cuidado de si e do outro; e desenvolvimento de autonomia para apropriação e utilização das diferentes manifestações corporais e suas finalidades.

Portanto, a Educação Física procura democratizar, humanizar e diversificar a prática pedagógica, superando uma visão apenas biológica para uma concepção que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos estudantes.

Nos Anos Iniciais é preciso reconhecer que os estudantes possuem modos próprios de vida e múltiplas experiências pessoais e sociais, o que implica em reconhecer a existência de infâncias no plural e, consequentemente, a singularidade de qualquer processo escolar e sua interdependência com as características da comunidade local. Assim, é fundamental dar continuidade às experiências em torno do brincar, desenvolvidas na Educação Infantil, considerando que as crianças possuem conhecimentos que precisam ser, por um lado, reconhecidos e problematizados nas vivências escolares com vistas a proporcionar a compreensão do mundo e, por outro, ampliados de maneira a potencializar a inserção e o trânsito dessas crianças nas várias esferas da vida social (BNCC, 2017).

Nos Anos Finais busca consolidar possibilidades e necessidades de aprendizagem cada vez mais específicas, em função de as condições cognitivas, afetivas e motoras dos estudantes permitirem cada vez mais um distanciamento do próprio objeto de estudo. Ou seja, as práticas da cultura corporal de movimento podem constituir-se em objetos de estudo e pesquisa sobre a humanidade e sua produção cultural.

A aula de Educação Física, além de ser um momento de fruição corporal, pode se configurar em um momento de reflexão sobre o corpo, a sociedade, a ética, a estética e as relações inter e intrapessoais. Contribui, também, para maior capacidade de abstração, o que possibilita maior aprofundamento nos estudos das práticas corporais na escola.

Para isso, é necessário ter em conta que a construção da identidade individual também ocorre de forma intensa nas e pelas relações, pela vivência do sentimento de pertença a um grupo, à uma sociedade. O ser humano não é um indivíduo que vive isoladamente. A autoimagem, a autoestima e as possibilidades de satisfação das necessidades pessoais se estabelecem a partir do referencial vivido nas situações de relação, pelas quais é possível se identificar ou se diferenciar, partilhar ou não, valores, atitudes, formas de expressão e convivência.

É inegável a centralidade do(s) corpo(s) para a disciplina de Educação Física. A cultura corporal de movimento se caracteriza, entre outras coisas, pela diversidade de práticas, manifestações e modalidades de cultivo. Trata-se de um espectro tão amplo e complexo, que é quase impossível sistematizá-lo conceitualmente de forma abrangente. De qualquer forma, é esse universo de informações que chega ao jovem da mídia, de forma sedutora, fragmentada, manipulada por interesses econômicos e por valores ideológicos. Dessa realidade, a Educação Física não pode fugir, pois é impossível negar a força que a indústria da cultura e do lazer exerce na geração de comportamentos e atitudes.

Busca-se, dessa forma, voltar o olhar para os sentidos e significados expressos nas práticas pedagógicas em relação aos mesmos, e no respeito às diferenças, visto que a Educação Física dispõe de uma diversidade de formas de abordagem para a aprendizagem, dentre elas, as situações de jogo coletivo, os exercícios de preparação corporal, de aperfeiçoamento, de improvisação, a imitação de modelos, a apreciação e discussão, os circuitos, as atividades recreativas, enfim, todas devem ser utilizadas como recurso para a aprendizagem.

Portanto, a Educação Física procura democratizar, humanizar e diversificar a prática pedagógica, superando uma visão apenas biológica para uma concepção que incorpore as dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos estudantes.

Nos Anos Iniciais é preciso reconhecer que os estudantes possuem modos próprios de vida e múltiplas experiências pessoais e sociais, o que implica em reconhecer a existência de infâncias no plural e, consequentemente, a singularidade de qualquer processo escolar e sua interdependência com as características da comunidade local. Assim, é fundamental dar continuidade às experiências em torno do brincar, desenvolvidas na Educação Infantil, considerando que as crianças possuem conhecimentos que precisam ser, por um lado, reconhecidos e problematizados nas vivências escolares com vistas a proporcionar a compreensão do mundo e, por outro, ampliados de maneira a potencializar a inserção e o trânsito dessas crianças nas várias esferas da vida social (BNCC, 2017).

Nos Anos Finais busca consolidar possibilidades e necessidades de aprendizagem cada vez mais específicas, em função de as condições cognitivas, afetivas e motoras dos estudantes permitirem cada vez mais um distanciamento do próprio objeto de estudo. Ou seja, as práticas da cultura corporal de movimento podem constituir-se em objetos de estudo e pesquisa sobre a humanidade e sua produção cultural.

A aula de Educação Física, além de ser um momento de fruição corporal, pode se configurar em um momento de reflexão sobre o corpo, a sociedade, a ética, a estética e as relações inter e intrapessoais. Contribui, também, para maior capacidade de abstração, o que possibilita maior aprofundamento nos estudos das práticas corporais na escola.

Para isso, é necessário ter em conta que a construção da identidade individual também ocorre de forma intensa nas e pelas relações, pela vivência do sentimento de pertença a um grupo, à uma sociedade. O ser humano não é um indivíduo que vive isoladamente. A autoimagem, a autoestima e as possibilidades de satisfação das necessidades pessoais se estabelecem a partir do referencial vivido requer perícia e proeza diante das situações de imprevisibilidade que se apresentam na interação entre praticante e ambiente.

Desse modo, optou-se por utilizar uma classificação que considera o ambiente de prática, sendo eles: práticas de aventura urbana e práticas de aventura na natureza. Nesta unidade, faz-se necessário a construção de possibilidades para garantir o conhecimento e a identificação dos elementos básicos de cada modalidade, bem como suas características históricas e culturais. Essa organização das unidades temáticas, ao propor experiências corporais aos estudantes, evidencia que um conjunto de competências e conhecimentos relacionados a temas estruturadores são mobilizados.

Quanto à sequência e progressão das aprendizagens, estas estão centradas nas possibilidades e nos significados que alguns temas podem vir a ter em determinada etapa escolar, numa lógica de complexidade espiralada, na qual se presume que alguns conhecimentos são anteriores e importantes para a aprendizagem de outros.

Daí a importância do currículo estar em sintonia com o contexto social, relacionado diretamente aos contextos particulares de cada instituição e ao tempo necessário e disponível para o desenvolvimento dos conhecimentos do componente da Educação Física.

Para a estruturação do Esporte como unidade temática, é utilizado um modelo de classificação que possibilita a distribuição das modalidades esportivas seguindo princípios de semelhanças quanto às exigências motrizes. Assim, os esportes são classificados como: esportes de marca; esportes de precisão; com rede divisória ou parede de rebote; esportes de campo e taco; e esportes de invasão.

Ginásticas: Ao longo da história, a Ginástica tem sido direcionada para atingir diversos objetivos, fato que impacta diretamente na criação e organização das diferentes modalidades ginásticas existentes na atualidade. Pensando no espaço escolar, é importante que os saberes ginásticos promovam aos estudantes a sua compreensão em sua totalidade, e não apenas fragmentada em rótulos de modalidades específicas. Ou seja, o trato com a Ginástica deve promover possibilidades para que os estudantes compreendam as características, princípios, objetivos e técnicas de movimentos próprios da ginástica.

Nesta unidade temática foi utilizada uma classificação de acordo com os campos de atuação da ginástica, sendo eles: ginástica de competição; ginástica de condicionamento físico; ginástica de conscientização corporal; e ginástica de demonstração. Destas categorias se derivam modalidades específicas.

Danças: A dança é uma atividade corporal que permite ao indivíduo se expressar por meio de movimentos corporais significativos, que transcendem a linguagem oral e gestual. Exterioriza sentimentos e emoções, costumes, hábitos e atitudes. É uma clara expressão das diversas realidades culturais, que evoluíram por meio dos tempos, sendo considerada produto de múltiplos fatores socioculturais.

Na escola, por meio da Dança, os alunos têm a possibilidade de compreender a história e a sociedade, colocando-se como atores e criadores da produção de conhecimento nesse contexto e não somente como reprodutores de modelos.

Para a organização da Dança na educação física escolar foi utilizada a seguinte classificação: dança criativa/educativa; dança de salão; dança de cultura popular/folclórica; dança urbana; dança clássica; dança moderna; e dança contemporânea. Destas categorias, são derivadas manifestações específicas.

Lutas: as lutas carregam características de enfrentamento físico direto entre pessoas, por meio de regras claramente estipuladas. Ainda, é possível definir as lutas como práticas corporais com significado histórico e social para humanidade, a qual incorpora objetivos que denotam a oposição de ações entre indivíduos, nas quais o foco está no corpo do outro, e as ações são de caráter simultâneo e imprevisível, em que são empregadas técnicas, táticas e estratégias específicas para imobilizar, desequilibrar, atingir ou excluir o oponente de um determinado espaço.

Para uma melhor organização da unidade temática Lutas, optou-se pela seguinte classificação: lutas de curta distância; lutas de média distância; e lutas de longa distância. É importante observar que o trato das lutas toma como referência o jogo e adaptações como a principal estratégia pedagógica, a fim de promover o desenvolvimento dos elementos específicos.