Adriana Maria Andreis

Sabhrina Lya Pezenatto Piazza Frigeri

Carina Copatti

Marlene Cortina

A ciência Geografia tem como objeto de estudos o espaço geográfico, que é de natureza social. Ou seja, é resultante das interações entre os seres humanos e destes com tudo o que não é humano (Fauna, Flora, Terra, Atmosfera, Hidrografia, máquinas, equipamentos, sistemas, etc.). O resultado dessa produção é toda construção de mundo que temos, do que construímos ou permitimos construir (ex. cidades, campos, construções, plantações, vias aéreas, terrestres, subterrâneas, marítimas, tecnologias, modas/modismos, lixo/lixões, pobreza/miséria/fome, riqueza, etc.), e do que transformamos e eliminamos ou deixamos transformar e eliminar (florestas, animais, montanhas, ética, etc.).

Todos (alunos, professores e gestores da escola, familiares e demais pessoas que moram no município, estado, país, continente e mundo), de algum modo, sempre estão participando e interagindo na construção do espaço geográfico, por isso, o espaço geográfico é múltiplo, relacional e está sempre em transformação.

1) A produção (Criação/construção) do espaço geográfico da Terra (interno externo) e sistemas a ela relacionados (Atmosfera e Universo).

2) A representação do espaço geográfico – alfabetização cartográfica (aprender a ler os mapas) e letramento geográfico (perceber-se parte constitutiva do espaço geográfico em permanente construção), representação geográfica e cartográfica (mapas, gráficos, tabelas, textos, imagens, monumentos, etc.).

Interrogações que podem compor a aula:

Pensar o espaço geográfico como dimensão do social sempre sendo modificado, sempre em relações com distâncias (e proximidades) e movimentos (interações entre pessoas e estas com o não humano). Baseados nos PRINCÍPIOS científico-didáticos geográficos, trazemos indagações pertinentes para pensar sobre os conteúdos que problematizam o espaço geográfico:

A ciência Geografia tem como objeto de estudos o espaço geográfico, que é de natureza social. Ou seja, é resultante das interações entre os seres humanos e destes com tudo o que não é humano (Fauna, Flora, Terra, Atmosfera, Hidrografia, máquinas, equipamentos, sistemas, etc.). O resultado dessa produção é toda construção de mundo que temos, do que construímos ou permitimos construir (ex. cidades, campos, construções, plantações, vias aéreas, terrestres, subterrâneas, marítimas, tecnologias, modas/modismos, lixo/lixões, pobreza/miséria/fome, riqueza, etc.), e do que transformamos e eliminamos ou deixamos transformar e eliminar (florestas, animais, montanhas, ética, etc.).

Todos (alunos, professores e gestores da escola, familiares e demais pessoas que moram no município, estado, país, continente e mundo), de algum modo, sempre estão participando e interagindo na construção do espaço geográfico, por isso, o espaço geográfico é múltiplo, relacional e está sempre em transformação.

PRINCÍPIOS CIENTÍFICO-DIDÁTICOS DA GEOGRAFIA INTERROGAÇÕES À MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA
Espacialidade • Onde ocorre e onde ocorreu? (Local, regional e global)
Temporalidade • Quando ocorre ou ocorreu? (Em relações com a idade da criança/adolescente/jovem/adulto)
Conflito/consenso • Como acontece? (características, relações com diferentes aspectos do espaço geográfico)
Atividade/evolução. Mudança/continuidade • Como evoluiu até agora e com está acontecendo agora?
Intencionalidade • O que pensavam, o que pretendiam? (humanos envolvidos). Pelo que foram dificultados? (Humano e não humano).
Interdependência • O que ou quem influencia/intervém ou influenciou/interviu?
Causalidade • Por que ocorre ou ocorreu?
Identidade/alteridade • Quais são as marcas específicas, que diferenciam esse processo dos demais? (características essenciais)
Cotidianidade • Quais as relações com o nosso lugar? Quais as relações do aluno com esse processo?
Movimento/mudança • Pode ou poderia ser diferente? Como?
Interação • Quem/o que foi beneficiado? Em que? Quem? O que ficou prejudicado? Em quê?
Representação • Onde, quando e por quem foi registrado esse processo? (textos, mapas, imagens, monumentos, etc.).
Dinamicidade coetânea • O que e quem se fortaleceu? O que e quem ficou fragilizado com esse processo?

Esses princípios científico-didáticos, que se sustentam em complexos espaço- temporais, envolvem o processo de mediação por meio dos quais o professor convida o aluno a refletir sobre os conhecimentos das aulas. Essas possibilidades interrogativas envolvem as Competências específicas mobilizadas no ensinar Geografia, referidas na BNCC (2018, p. 336):

Esses princípios científico-didáticos, que se sustentam em complexos espaço- temporais, envolvem o processo de mediação por meio dos quais o professor convida o aluno a refletir sobre os conhecimentos das aulas. Essas possibilidades interrogativas envolvem as Competências específicas mobilizadas no ensinar Geografia, referidas na BNCC (2018, p. 336):

➜ Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o interesse e o espírito de investigação e de resolução de problemas.

➜ Estabelecer conexões entre diferentes temas de conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história.

➜ Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem.

➜ Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas.

➜ Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia.

➜ Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.

➜ Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.

Ao planejar as aulas é importante ter presente que o professor é o autor das mesmas e precisa considerar

A articulação Conhecimentos essenciais-Conteúdos:Todo conteúdo selecionado envolve conhecimentos que estão compreendidos nas competências e servem para planejar as aulas, por sua configuração baseada em especificidades do espaço geográfico;

A articulação Unidades temáticas-Competências-Conhecimentos: cinco unidades temáticas e os conceitos geográficos de cada ano, podem ser entrelaçados e estudados em relações com cada um dos objetivos, conhecimentos (conteúdo) e critérios de avaliação. Ao planejar a aula, você professor tem autonomia para selecionar a(s) unidade(s) temática(s) e o(s) conceito(s), em articulações com objetivo(s)-habilidade(s), os conhecimentos e critérios de avaliação, bem como lançar mão das fontes pedagógicas para a organização dos planos de ensino;

A articulação entre os anos:Especialmente ao final dos anos iniciais e início dos anos finais assegurar relações com os conhecimentos, com as práticas pedagógicas, com as estratégias metodológicas e com os modos de organização dos espaços-tempos das aulas que são diferentes nessas etapas. É importante dar atenção especial para a articulação entre: educação infantil e 1º ano; 5º ano e 6º ano; e às turmas de 9º ano que irão para o ensino médio;

A articulação com as fontes pedagógicas da realidade:Desde o primeiro até o último ano do ensino fundamental as fontes pedagógicas são aspectos da realidade do lugar e da região que servem para provocar relações entre o mundo da vida e os conhecimentos/conteúdos.

Outros aspectos importantes a considerar:

POSTURA E ATITUDE INTERROGATIVO-INVESTIGATIVA ➜ Realizar pergunta(postura e atitude hermenêutica) considerando os alunos daquela aula (a criança e as fontes pedagógicas em relações com o lugar e a idade do aluno);

➜ Manter permanentemente uma postura interrogativa em relação aos conteúdos, pois estes não são a verdade única e acabada sobre aquele conhecimento/conteúdo da(s) aula(s). Ter presente que os conhecimentos (conteúdos/assuntos/temas) são entendimentos elaborados pelos humanos, portanto, podem mudar. Pois, o humano continua estudando o mundo para melhor compreendê-lo e, quiçá, melhor construí-lo para a maioria das pessoas. Então, todos os conhecimentos são resultantes de “acordos” “provisórios” de modos de entender o mundo;

➜ Interrogar (o conteúdo e o aluno) e interrogar-se (eu professor: o que ensino e como ensino)sobre o conteúdo e a realidade (sua e do aluno). É fundamental para compreender que somos “produtos” e “produtores” de “espaço geográfico”. Portanto, sendo seus autores, podemos modificá-lo para ser um mundo melhor, mais justo para a “maioria” da população.

PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR ➜ Considerar que espaço geográfico tem relações com o tempo históricopois sua produção está sempre sendo modificada e sua representação ocorre hoje, mas com o que ocorreu ontem, e com as ideias (visões de futuro) sobre qual amanhã se busca;

➜ A exemplo da História, todos os demais componentes curriculares têm relação com o espaço geográfico. Mas cada uma delas (História, Matemática, Língua Portuguesa, Educação Física, Arte, etc.) se especializa em alguns aspectos que existem no espaço geográfico. Por isso, quando se trabalha um conteúdo de Geografia, este sempre terá relações com as outras disciplinas. As perguntas são um bom caminho para construir nas aulas essas relações;

➜ As especificidades dos conceitos geográficos sobre o conteúdo e a realidade (sua e do aluno). É fundamental para compreender que somos “produtos” e “produtores” de “espaço geográfico”. Portanto, sendo seus autores, podemos modificá-lo para ser um mundo melhor, mais justo para a “maioria” da população.

Lembrar:

➜ Na BNCC o enfoque é na habilidade e, no currículo regional, agregamos a ideia de objetivos. A habilidade denota interação que visa alcançar algum resultado de aprendizagem. O objetivo acentua a meta de aprendizagem mais relacionada com o conhecimento escolar. Portanto, ambos têm importância e força no ensino e na aprendizagem.

Ao encontro desse processo, para o planejamento das aulas é importante compreender as articulações dialético-dialógicas entre as habilidades/objetivos, conceitos, unidades temáticas, conhecimentos/conteúdos e critérios de avaliação, como processo relacional sempre em construção. Esse movimento pode ser assim ilustrado:

A figura 01 expressa essa interlocução inseparável entre as habilidades/objetivos, conceitos, unidades temáticas, conhecimentos/conteúdos e critérios de avaliação. Notemos, que as elipses têm linhas vazadas denotando abertura, e que todas as partes se conectam entre si, criando um complexo indissociável, fortemente articulado. No conjunto dessas partes, as fontes pedagógicas da realidade estão destacadas, pois são o vínculo que infere relações entre os sentidos dos alunos com os conhecimentos escolares.

Considerando a Geografia enquanto realidade do espaço geográfico, as fontes pedagógicas da realidade podem ser naturais e ambientais, históricas e culturais, políticas, econômicas/sociais para construir relações entre lugar e mundo. São todas as cenas e os cenários do lugar, da região e do mundo, que de algum modo compreendem um sentido em tom emotivo-volitivo proximal aos alunos, como: paisagens urbanas e rurais, monumentos, formações naturais, museus, etc.

A/s fonte/s pedagógicas a serem exploradas em cada planejamento de aulas, dependem da faixa etária dos alunos, dos conhecimentos envolvidos e dos interesses da turma, prospectados em diálogos de sondagem. Como exemplos de movimentos pedagógicos, podem ser organizados trabalhos de campo, entrevistas, produções de imagens, mapas, gráficos e tabelas, envolvendo as fontes pedagógicas do lugar/região, que podem servir para o estudo dos conteúdos/conhecimentos das aulas. Por exemplo, no primeiro ano a fonte pedagógica da realidade pode ser uma ou mais árvores no pátio da escola ou na rua; no 6º ano, pode ser um parque ou reserva florestal na cidade ou região; e no 9º ano pode ser uma representação imagética de uma floresta ou uma manchete sobre o tema vegetação, com caráter mais abstrato.

Os quadros da Geografia estão assim organizados:

Unidade temática e seus conceitos Objetivos/habilidades Conhecimento(s) essenciais Critério(s) de avaliação

1º) Qual(is) unidade(s) temática(s) está(ão) envolvida(s) nesta(s) aula(s) e qual(is) conceito(s) podem ser abordados?

2º) Qual(is) o(s) objetivo(s)/habilidade(s) se referem a esta aula (ou conjunto de aulas – diária, semanal, quinzenal etc.)?

3º) Qual(is) conhecimento(s)/conteúdo(s) pode(m) ser explorados?

4º) Qual(is) critério(s) serve(m) para avaliar as aprendizagens nesta(s) aula(s)?

5º) Orientar-se considerando as etapas ao planejamento da aula.

Unidade temática e seus conceitos Objetivos/habilidades Conhecimento(s) essenciais Critério(s) de avaliação
• Selecione a/s unidade/s temática/s que mais se encontram com o conjunto da/s aula/s que está/ão sendo planejada/s.

• Para tanto, considere as habilidades/objetivos e o/s conceito/s que será/ão trabalhada/s em relações com outras áreas.

• Também, selecione aqueles conceitos que mais se encontram com a(s) unidade(s) temática(s) e com o conjunto da/s aula/s que está/ão sendo planejada/s. Para tanto, considere as habilidades/objetivos e a/s unidade/s temáticas/s que será/ão trabalhadas em relações com outras áreas.
• Selecione um (01) ou mais objetivos para compor a aula, em diálogo com os conceitos, unidade/s temáticas, objetos do conhecimento e critérios que serão utilizados para avaliar as aprendizagens. • Selecione quais fontes pedagógicas do lugar/região podem ser exploradas no conhecimento estudado/objeto de conhecimento (ao encontro da habilidade/objetivo, conceito, unidade temática e critérios de avaliação). Organize trabalhos de campo, entrevistas, produções de imagens, mapas, gráficos e tabelas, envolvendo as fontes pedagógicas do lugar/região, que podem servir para o estudo dos conteúdos/conhecim entos das aulas. Ao encontro das habilidades/objetivo s selecionados para o plano da aula, escolha quais critérios serão considerados para avaliar se as habilidades/objetivo foi/foram alcançado/s. Também pense em instrumentos para avaliar.